sábado, 28 de janeiro de 2017

Mulheres da AE em luta contra o golpe


Resolução final aprovada pela 4ª. Conferência Nacional de Mulheres da tendência petista Articulação de Esquerda

“As mulheres operárias estão totalmente convencidas de que a questão da emancipação das mulheres não é uma questão isolada. Sabem objetivamente que esta questão na sociedade atual não pode ser resolvida sem uma transformação básica da sociedade (…). A emancipação das mulheres, assim como toda a humanidade, só ocorrerá no marco da emancipação do trabalho do capital. Só em uma sociedade socialista as mulheres, assim como os trabalhadores, alcançarão seus plenos direitos.”
Clara Zetkin, Congresso de Fundação da Segunda Internacional, Paris, Julho de 1889.


1. Socialismo e feminismo: sem reducionismo teórico

1. As mulheres da Articulação de Esquerda compreendem que a total emancipação humana passa pela condição fundamental de extinção do atual modelo socioeconômico. Plena justiça social só será possível com a superação do sistema capitalista. Mais ainda, uma sociedade livre do machismo, do racismo, da LGBTfobia e de tantas outras formas de opressões, depende da criação de uma nova sociedade, uma sociedade comunista, cujo nascimento está atrelado à transição socialista.

2. Isso não quer dizer que a defesa do projeto socialista no mundo está sobreposto à luta feminista. Longe de encararmos a luta social como uma equação matemática, caminhamos para que a nossa organização e política compreendam a complexidade das estruturas sociais e da desigualdade, fugindo de respostas fáceis. Embora, tenhamos acordo que a luta das mulheres antecede a exploração da classe trabalhadora; a realidade é que a opressão das mulheres é utilizada pelo capitalismo e ampliada por ele. Por outro lado, mesmo em países que viveram ou vivem experiência socialistas o machismo não desapareceu. Por isso, entendemos que a máxima: “sem feminismo não há socialismo” é tão válida quanto o seu inverso: “sem socialismo não há feminismo”. Qualquer dicotomia que se cria de uma direção ou de outra é puro reducionismo da realidade. Mesmo que criadas as condições materiais para a igualdade social de toda a humanidade, se houver desigualdades entre mulheres e homens, esta sociedade não será e nem poderia ser uma sociedade comunista, tão pouco feminista.

3. Se a sociedade de classes nasce a partir da propriedade privada dos meios de produção, o patriarcado tem origem na própria estrutura do surgimento da propriedade. Se o grande capital precisa de extração da mais-valia, as mulheres da classe trabalhadora são as geradoras da essencial mão-de-obra que alimenta esse sistema. Como, devido a seu caráter de classe, o Estado na maior parte das vezes se desresponsabiliza e o Estado se desresponsabiliza das mazelas geradas pelo capitalismo, o peso dessa ausência recaí sobre as famílias mais pobres, na sua imensa maioria chefiadas por mulheres. Se o capital consegue flexibilizar as relações de trabalho e reduzir os salários, são as mulheres um dos segmentos mais atingidos.

4. Além disso, quando nos referimos à organização das mulheres trabalhadoras, estamos nos referindo à gigantescas categorias profissionais, é o caso das professoras, enfermeiras, trabalhadoras domésticas e de tantas outras profissões que trazem um forte recorte sexista, explicado, inclusive, pela dinâmica da divisão sexual do trabalho existente em nossa sociedade.

5. A legitimidade da luta feminista passa pelo reconhecimento de que as mulheres são oprimidas pela simples condição de serem mulheres e são marginalizadas e reduzidas à procriadoras desde a formação da família, da propriedade privada e do Estado. A esta opressão várias outras podem ser somadas. As mulheres sofrem com o machismo, independente da classe que estejam, todavia ressaltamos que as trabalhadoras acumulam a opressão de classe. A mulher negra e trabalhadora, possuí uma representação social que passa por três opressões históricas: o machismo, o racismo e a sua condição de classe. A atual sociedade é tão desigual que mesmo um/a oprimido/a pode, a depender do contexto, ser também um/a opressor/a. Por isso, quando uma mulher da classe média e alta não reconhece os direitos trabalhistas da empregada doméstica que trabalha em sua casa, ela não o faz, não por se tratar de uma relação entre duas mulheres, mas, objetivamente, por estar defendendo seus interesses de classe, embora elementos do machismo também expliquem essa posição, mas não faz dele o elemento preponderante.

6.Desarticular a luta socialista da luta feminista é arrancar de uma imensa parte da humanidade a condição de protagonizar o fim de duas opressões distintas, mas intrinsecamente relacionadas. Pois, se a burguesia não concederá a emancipação da classe trabalhadora, não serão os homens a conceder às mulheres a sua plena emancipação social. Se uma das tarefas das/os socialistas é buscar fazer com que a  maioria da classe trabalhadora (mulheres e homens) seja socialista, a nossa tarefa, enquanto socialistas é esta também, mas enquanto feministas vai além, temos que buscar fazer com que a maioria das mulheres seja feminista e a maioria dos homens rompa com o machismo.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

MST promove Ato político pela Democracia

Encontro da Coordenação Nacional do MST acontece no Ceará


O MST realizou um ato político em defesa da Reforma Agrária, dos Direitos Sociais e da Democracia que reuniu diversas organizações, representantes um amplo espectro das forças progressistas no país. Durante as falas, foi ressaltada a necessidade de mobilização da classe trabalhadora e de articulação entre suas entidades representativas durante 2017.

O evento ocorreu na noite desta quarta-feira (25), terceiro dia do Encontro da Coordenação Nacional do MST, que se realiza em Fortaleza (CE) e vai até sexta-feira (27). Cerca de 400 delegados e delegadas, vindos de todas as regiões do país, participam das atividades, focadas no debate da atual conjuntura política no Brasil.

Durante o ato, estiveram representantes de diversos partidos políticos, entidades estudantis, organizações de juventude e de mulheres, centrais sindicais e movimentos populares. O ex-vereador Deodato Ramalho esteve presente, juntamente com outros advogados(as) que apoiam a luta popular contra o golpe.

Juristas pela Democracia participam do Ato político

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

#MudaPT Nenhum voto em golpistas!

Chamamento do Muda PT aos petistas

Vamos lutar por uma posição de esquerda do PT frente aos golpistas do parlamento:
- nenhum voto em golpista na eleição das mesas da Câmara e do Senado
- por um bloco oposicionista nas ruas, na Câmara e no Senado


Companheiras e companheiros,

Na última reunião do Diretório Nacional do PT, dia 20 de janeiro, a maioria do DN (45 contra 30) aprovou uma resolução que permite a negociação de apoio a Rodrigo Maia e Eunício de Oliveira na eleição das mesas da Câmara dos deputados e do Senado. Delegou às bancadas a decisão final no dia 1º de fevereiro.

Somos contrários à essa decisão e conclamamos a militância petista à mobilização para convencer a maioria dos deputados e senadores do PT a não votar nos golpistas e a construir um bloco oposicionista com candidatura própria às mesas. A proporcionalidade é um direito constitucional e não deve ser obtida mediante submissão às chapas dos golpistas.

Temos uma semana para realizar essa mobilização em todos os diretórios, núcleos e movimentos sociais. Não percamos tempo: é hora de unir o PT às demais forças de esquerda e enfrentar o golpe.

É hora também de mudar o PT! Essa decisão da maioria do DN que abre as portas para um acordo com golpistas na Câmara e no Senado mostra que o PT precisa de uma nova maioria, sem vacilação e sem conciliação. Estamos no processo do 6º congresso para tomar decisões estratégicas para o PT e especialmente para eleger uma nova direção.

Vamos aprender as lições do golpe: basta de conciliação!

Muda PT!

FORA TEMER E GOLPISTAS DO SENADO E DA CÂMARA!
DIRETAS JÁ!

MUDA PT!

Articulação de Esquerda
Avante S21
Mensagem ao Partido
Militância Socialista


Página 13

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

PT repudia prisão de Guilherme Boulos


O Partido dos Trabalhadores repudia a prisão arbitrária do companheiro Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Os movimentos populares buscavam uma negociação favorável aos trabalhadores no processo de reintegração de posse da ocupação em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

A prisão por desobediência e a violência policial contra a ocupação são ações de criminalização dos movimentos populares e da liberdade de manifestação que devem ser enfrentadas e denunciadas.

Para o governo do PSDB e para setores do sistema de justiça, a questão social é caso de polícia e a repressão um método de governo. Contra essa criminalização dos movimentos populares e em defesa dos direitos seguiremos lutando.

Rui Falcão
Presidente Nacional do PT


Bruno Elias
Secretário nacional de movimentos populares do PT

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Cenário internacional: socialismo ou barbárie


A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda aprovou resolução sobre a situação internacional

Um resumo da situação

1. As principais características do cenário internacional são as crises, as guerras e a instabilidade generalizada.

2. Tais características decorrem do predomínio avassalador do capitalismo, do domínio do capital oligopolista e financeiro, do decorrente aguçamento dos conflitos intercapitalistas e do declínio da potência hegemônica.

3. As políticas neoliberais, hegemônicas em âmbito mundial desde os anos 1990, resultaram numa ampliação da polarização social e política, bem como resultaram no aprofundamento das agressões imperialistas contra a soberania nacional dos países economicamente mais frágeis.

4. As políticas neoliberais e as ações imperialistas impulsionadas pelo consórcio formado pelos Estados Unidos, União Europeia e Japão geram alternativas e reações de diferentes tipos e conteúdos.

sábado, 14 de janeiro de 2017

O PT e a luta contra a corrupção


A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda aprovou resolução sobre o combate à corrupção

1. O acirramento das contradições internacionais, o agravamento da crise econômica e social brasileira, o aprofundamento da crise entre os golpistas e entre as instituições por eles comandadas, bem como o crescimento do desgaste do governo usurpador, tudo isto aponta para a importância do PT adotar com urgência uma linha política que combine a defesa dos direitos, a mais radical oposição ao golpismo e ao governo usurpador, a luta por eleições diretas e por uma Assembleia Nacional Constituinte, uma estratégia que almeje reformas estruturais e o socialismo.

2. Confirma-se ainda, neste contexto, a importância do lançamento imediato da pré-candidatura de Lula à presidência da República assume, como uma alternativa imediata para uma população cada vez mais descontente com os rumos do país.

3. Ao mesmo tempo, o impeachment de 31 de agosto de 2016, assim como os resultados do primeiro e do segundo turno das eleições municipais realizadas em novembro de 2016, confirmaram que o 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores deve não apenas debater uma nova linha política, mas também realizar uma análise crítica e autocrítica de sua trajetória recente.

4. Um dos aspectos a considerar, na análise desta trajetória recente, é a maneira como o Partido enfrentou o tema da corrupção, tanto na sua ação governamental e parlamentar, quanto no seu funcionamento interno.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Marcha Mundial das Mulheres: Chacina em Campinas foi provocada pela misoginia

Na madrugada da virada do ano de 2017, Sidnei Araújo invadiu uma casa no interior de Campinas onde acontecia uma festa de réveillon. Matou a ex-esposa, o filho e mais dez pessoas, entre membros da família, amigas e amigos. O assassino se matou e deixou uma carta amplamente divulgada pela grande imprensa. No documento ele atribuía à ex-esposa, Isamara Fillier, a culpa da violência brutal que cometeu.

As mulheres de todo o mundo ecoam suas vozes dizendo “Nem uma a menos, vivas nos queremos” porque queremos erradicar o machismo, a misoginia e queremos viver livres de violência. Conhecemos a violência patriarcal porque vivemos cotidianamente suas manifestações. Nossas lutas contra tal violência nos mostram que ela está entranhada nas práticas sociais, nas instituições, nas mentes. Convivemos permanentemente com a negligência das instituições e das pessoas em geral porque naturalizam a violência, porque as mulheres estão sempre sob desconfiança. Até mesmo em casos hediondos, como na chacina de Campinas, a primeira tendência é buscar os supostos erros das mulheres. Estamos sempre em vias de sermos acusadas ou transformadas de vítimas em culpadas.

É com essa compreensão que nós da Marcha Mundial das Mulheres manifestamos nossa indignação em relação a chacina cometida em Campinas. Foi um crime premeditado, planejado, que utilizou de vários artefatos. Portanto, um criminoso que anunciou a uma ou mais pessoas que cometeria o crime, sem nenhum impedimento ou constrangimento para dar seguimento a seu plano. O assassino expressou na carta seu ódio às mulheres, ao feminismo e às leis que o impediam de subjugar sua ex-esposa.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

58 anos da Revolução Cubana


Cuba comemora 58º aniversário da Revolução disposta a seguir legado histórico de Fidel

A Revolução cubana chega hoje [1/1/17] a um novo aniversário, pela primeira vez sem a presença física de seu líder histórico, Fidel Castro, mas com o consenso popular majoritário de continuar seu legado e impulsionar o socialismo.

Com a palavra de ordem “Eu sou Fidel”, milhões de pessoas acompanharam recentemente o cortejo fúnebre que levou as cinzas do paradigmático revolucionário de Havana até o cemitério de Santa Ifigênia da cidade oriental de Santiago de Cuba, onde repousam em um sepulcro simples.

Durante nove dias os cubanos expressaram sua dor e assinaram o juramento de continuar consolidando, no ideário nacional e na prática, o conceito de Revolução exposto por Fidel Castro no ano 2000, que constitui o concepção filosófica basilar para construir um socialismo autóctone, autônomo e solidário.

O conceito de Revolução de Fidel é um pensamento profundo: “Revolução é sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os demais como seres humanos; é emancipar-se por nós mesmos e com nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e as ideias”.