quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

8 de março

Trabalho doméstico é pauta no Dia Internacional da Mulher

A CUT-CE começa a preparação para celebrar o Dia Internacional da Mulher – 8 de março. No próximo dia 6 de março, a Central prepara representantes dos sindicatos filiados para discutir, em suas respectivas entidades, o tema deste ano: o trabalho doméstico. O evento será no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), a partir das 8 horas (veja programação abaixo). Haverá o sorteio de um tablet e arrecadação de roupas de cama e banho para a Casa Vida, que cuida de mulheres vítimas de câncer.

Pela manhã, após a abertura, o tema discutido será a paridade para as trabalhadoras cutistas. A CUT-CE coloca em pauta a paridade na Central, que significa a presença de 50% de representantes de cada gênero nas direções da entidade, assim como em confederações, federações e sindicatos.

À tarde, o tema será o trabalho doméstico e a luta pela igualdade de direitos. “Em 2012, estamos lutando para que o Brasil ratifique a Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que vai equiparar o direito dos trabalhadores e trabalhadoras domésticos aos demais trabalhadores”, contou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE, Carmem Silvia Santiago.

Para isso, a CUT lançou a Campanha 12-12, que quer arrecadar até o próximo dia 8 de março 1,2 milhão de assinaturas para pressionar o Estado brasileiro a aprovar a convenção da OIT.

No fim da programação, serão lançadas três publicações: uma cartilha sobre o direito à creche, outra sobre as estratégias de organização das mulheres cutistas e uma terceira explicando a convenção 156 da OIT, que trata da igualdade de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares.

Programação:

8 horas – Café da manhã

9 horas – Abertura

9h30min – Palestra: “A paridade para as trabalhadoras cutistas”

11 horas – Debate

12 horas – Almoço

14 horas – Palestra: “O trabalho doméstico e a luta pela igualdade de direitos

15h30min – Debate

16h30min – Lançamento de publicações e sorteio de um tablet

17 horas – Encerramento

Inscrições:

Envie e-mail para cutceara@cutceara.org.br

Publicado no site da CUT-CE

Criança e adolescente

Seminário debate violência sexual

A psicóloga Helena Damasceno foi a palestrante do seminário
e abordou formas de identificar e prevenir os casos de violência sexual,
dos quais a maioria ocorre na própria casa das vítimas


Foto: Elizângela Santos / DN

Juazeiro do Norte. A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes foi tema de debate durante o Seminário Regional "Quem Cala, Consente", realizado por meio da Comissão da Infância e da Adolescência, da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem, neste Município. Professores, estudantes, assistentes sociais, integrantes de Conselhos Tutelares da Infância e da Adolescência e assistentes sociais, estiveram reunidos no Ginásio Poliesportivo. O principal objetivo do encontro foi, além de alertar e possibilitar a conscientização para a denúncia dos casos, formar multiplicadores em todas as regiões do Estado, no sentido de identificar situações relacionadas aos casos de abusos e violência.

Leia a matéria completa no DN

Juventude: O amanhã vai ser maior!

Resolução aprovada pela Coordenação Nacional da Juventude da Articulação de Esquerda (trecho)

No final de 2011, participamos do 2º Congresso Nacional da Juventude do PT e da Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. Iniciamos o ano de 2012 na 8º Jornada de Formação Política, em Esteio (RS), com um curso específico de juventude. Marcamos presença no Fórum Social Temático em Porto Alegre e região metropolitana, onde trabalhamos a temática “Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental” e realizamos atividades para apresentar nossa concepção de Universidade e Educação.

Realizamos uma grande plenária no Acampamento Intercontinental de Juventude. A juventude do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) também protagonizou um ato e um conjunto de atividades no FST.

O mês de janeiro também foi marcado pelos Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIVs). O VER-SUS (Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde) também está sendo retomado neste ano em alguns municípios.

Nossa militância também participa ativamente das lutas contra os abusivos aumentos de tarifas do transporte coletivo em diversas cidades brasileiras.

No mês de fevereiro realizamos a segunda etapa do Congresso Nacional da AE e a Conferência Nacional de Juventude da AE, que contou com a presença de jovens de 17 estados. Depois de fazer um balanço de nossa atuação, discutimos nossos desafios político-organizativos em diversas frentes de atuação.

Em relação às políticas públicas de juventude, verificou-se a necessidade de capilarizar nossas formulações e subsidiar nossas candidaturas em 2012 com diretrizes de programa para a juventude.

Deveremos articular a militância nas cidades com as coordenações estaduais e nacional da JAE, mapear nossas candidaturas jovens e construir uma rede de colaboração para fortalecê-las.

Para qualificar a intervenção de nossos jovens militantes e aprofundar nossa formulação sobre juventude, será realizado ainda neste semestre de 2012 um curso de formação voltado para jovens militantes de movimentos sociais, candidatos/as e coordenações de campanha.

No movimento estudantil, o principal desafio é desenvolver um intenso trabalho debase, tarefa para a qual será distribuída uma cartilha sobre o tema a ser utilizada nas escolas e universidades.

Finalmente, foram convocadas as conferências estaduais e uma etapa devolutiva nacional ainda para o primeiro semestre de 2012. Entre outras pautas, debateremos nossa intervenção na frente de massas, garantindo presença organizada entre os jovens sindicalistas, do movimento popular urbano, negros e negras, mulheres, LGBT etc.

Fonte: Jornal Página13 – Edição 106 – Março/2012

Artigo: Nova dinâmica, antigo desafio!

Por Helbson de Avila*

Em 2012 o PT realizará os encontros das secretarias e setoriais, com o objetivo de eleger as novas coordenações e secretários/as setoriais. Estes encontros terão uma diferença em relação aos anteriores: o militante do combate ao racismo, as mulheres e a juventude também poderão optar por outro setorial. Na prática, uma jovem negra poderá participar dos setoriais de juventude, de mulheres, de combate ao racismo e em um quarto setorial de sua escolha.

As alterações estatutárias realizadas pelo Congresso do PT podem, se observadas, limitar a prática do voto sem discussão política, pois estão aptos a votar e ser votados apenas os militantes ativos no partido; mas também podem ter consequências negativas, ao proporcionar um aumento exorbitante no número de optantes sem o devido acúmulo político.

Entretanto, se com o número de optantes aumentar também os espaços de debate e o alcance do mesmo, ao final teremos mais democracia interna e participação militante.

O número de optantes pelo setorial de combate ao racismo ultrapassou 13.000 militantes, em um universo de 1.536.857 filiados (dados de 17/02/2012). Portanto, um percentual de 0,84% que pode chegar a 1% dos filiados, muito abaixo do número de negros/as que assim se declararam no último Censo.

Os optantes não representam o número de militantes afrodescendentes filiados ao PT. Cabe a reflexão: o debate das questões raciais no interior do PT está aquém das lutas político-ideológicas raciais travadas no movimento negro ou são reflexos da secundarização da questão por parte da direção?

O PT abriu uma nova era ao aprovar cotas raciais nas instâncias de direção. Cabe às secretarias estaduais e nacional de Combate ao Racismo adotar como meta a regulamentação desta resolução. Deve, ainda, exigir das forças políticas internas ao PT o compromisso para com a trajetória de sua militância negra e seu acúmulo de discussão.

A ONU declarou 2011 como o ano internacional para o afrodescendente, ano que marcou também o centenário da realização do I Congresso Internacional das Raças, realizado em Londres (julho de 1911). Os ideólogos e signatários da Tese “Os mestiços do Brasil”, apresentada neste congresso por João Batista Lacerda, garantiam que em 100 anos os negros desapareceriam da população brasileira e os mestiços seriam reduzidos a 3% do total. O último Censo realizado no Brasil pelo IBGE mostra que o número de pessoas que se definem pretas e pardas superou o percentual de 50%. Realidade comemorada pelos militantes do movimento negro no Brasil.

Entretanto vale ressaltar que a dinâmica estruturada para criar, sustentar e validar a teoria do branqueamento é de tamanha maestria que mal se percebe que ainda hoje impera na sociedade brasileira o chamado racismo cordial ou à brasileira.

Com o maior número de afrodescendentes fora do continente africano, o Brasil ainda trava uma luta político-ideológica contra a invisibilidade do negro/a no contexto da sociedade. A marginalização geográfica no chamado racismo ambiental, a discriminação no trabalho e nas instituições de ensino, a demonização das crenças e cultos religiosos de matriz africana, o extermínio de sua juventude e o estado de pobreza da jovem mulher negra são fatos de nosso tempo histórico que visam à manutenção do status quo de subordinação do/a negro/a em uma sociedade autoritária e racista.

Ao identificar no não-negro o cidadão cortês, merecedor da admiração de seus pares por sua benevolência e assistencialismo, fica o cidadão negro num fascínio e devoção, com um sentimento de gratidão e desejando de certa maneira incorporar em si o sujeito cortês. E assim, mesmo que involuntário, reproduz o discurso e as ações reacionárias e racistas da sociedade. Esta manifestação se concretiza também na indisposição que muitos cidadãos afrodescendentes possuem em realizar o debate acerca do papel do negro e da negra no cotidiano. Não basta reconhecer-se como tal, é preciso refletir sobre a causa e efeito dessa identificação.

*Helbson de Avila é membro do coletivo estadual de combate ao racismo do PT e da DEAE/RJ

Fonte: Jornal Página13 – Edição 106 – Março/2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Presidenta Dilma em Fortaleza

Dilma Roussef visita e elogia Projeto Vila do Mar

27/02/2012

A Presidenta demonstrou admiração ao ver fotos de antes da obra e a realidade atual

Dilma visita Mirante Rosa dos Ventos, no Vila do Mar
Foto: Thiago Gaspar


“Estou realmente impressionada com o padrão, tamanho, qualidade e o alcance social deste Projeto”, destacou a Presidenta Dilma Roussef durante a visita ao Vila do Mar, na tarde desta segunda-feira (27). No Mirante Rosa dos Ventos, equipamento da obra de urbanização da Prefeitura de Fortaleza no Litoral Oeste, a Presidenta demonstrou admiração ao ver as fotos de antes da obra e a realidade de hoje: “Esta é uma obra grandiosa, muito bonita”.

Em seguida, Dilma Roussef conheceu o conjunto habitacional do Vila do Mar III, que reassentará 768 famílias moradoras de áreas de riscos do Pirambu. Durante a visita, a Presidenta entrou em um dos apartamentos e observou a estrutura arquitetônica diferenciada e a distribuição dos espaços. “Aqui, sim, tem mão de arquiteto. Isso, consequentemente, proporcionará uma moradia de qualidade aos moradores daqui”, comentou entre os secretários.

Durante a visita, estiveram presentes a Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins; o Governador do Ceará, Cid Gomes; e os ministros Miriam Belchior, do Planejamento; Agnaldo Ribeiro, das Cidades; Helena Chagas, da Comunicação; e Leônidas Cristino, da Secretaria de Portos. Além dos gestores da Prefeitura de Fortaleza: Rocicleide Silva, coordenadora do Vila do Mar; Roberto Gomes, presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor); Elmano Freitas, secretário de Educação; Geraldo Accioly, coordenador de Projetos Especiais; Fábio Braga, secretário da Regional I; e Cícero Cavalcante, coordenador das secretarias regionais. Entre outras autoridades e representantes da Caixa Econômica Federal, como o presidente nacional, Jorge Hereda; e o chanceler Airton Queiroz.

O Projeto Vila do Mar é uma das obras do Ceará que contam com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Da ordem de R$ 184.213.769,58 no total, R$ 100.919.300,00 são do Governo Federal - PAC e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), R$ 27.720.000,00 de uma parceria com o Governo do Estado do Ceará e R$ 55.574.739,58 são de contrapartida da Prefeitura de Fortaleza.

O Vila do Mar está urbanizando e requalificando o Litoral Oeste de Fortaleza, abrangendo os bairros Pirambu, Cristo Redentor e Barra do Ceará. Já são três quilômetros, de um total de 5,5 km, concluídos. Alem da obra de urbanização, o Vila do Mar beneficia a população com política habitacional: são 1434 novas unidades residenciais, 1650 melhorias habitacionais e 7010 regularizações fundiárias.

Sobre o Vila do Mar

O projeto Vila do Mar contempla uma avenida em paralelepípedo, calçadão em pedra cariri, praça de convivência, quadra esportiva, mirante, iluminação pública, espigões, saneamento ambiental e erradicação de seis áreas de risco. Alem de beneficiar a população com políticas habitacionais. São 1434 novas unidades residenciais, 1650 melhorias habitacionais e 7010 regularizações fundiárias.

Aprovado no Orçamento Participativo (OP), o projeto teve início em 2009 com a construção de um espigão e a reforma de quatro espigões. Em agosto de 2010, começaram as obras de urbanização dos 5,5 km do Litoral Oeste de Fortaleza. O Vila do Mar tem coordenação ligada ao Gabinete da Prefeita, com a participação das secretarias de Infraestrutura (Seinf), Executiva Regional (SER) I e Habitafor, em sua execução e parceria com o Governo do Estado.


Publicado no site da Prefeitura de Fortaleza

Dilma em Fortaleza

Presidenta visita Projeto Vila do Mar em Fortaleza

Foto: Kellyanne Pinheiro / DN

A presidenta do Brasil, Dilma Roussef (PT), visitou na tarde desta segunda-feira (27) um dos quatro Conjuntos Habitacionais da Vila do Mar, para reassentamento de famílias de áreas de risco do Litoral Oeste de Fortaleza, que estão sendo erradicadas pelo Projeto. Ele esteve acompanhada pelo Governador do Estado do Ceará, Cid Gomes (PSB) e pela Prefeita de Fortaleza, Luzianne Lins (PT).

De acordo com a coordenadora do Projeto, Rosicleide Silva, a Presidenta elogiou durante a visita a qualidade das casas construídas e o projeto arquitetônico bem elaborado. "Tivemos a atenção de oferecer as famílias conforto e segurança", informa Rosicleide.

Vila do Mar

O Projeto Vila do Mar é uma das obras do Ceará que contam com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Da ordem de R$ 184.213.769,58 no total, R$ 100 milhões são do Governo Federal - PAC e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), R$ 27.720.000,00 de uma parceria com o Governo do Estado do Ceará e R$ 55.574.739,58 são de contrapartida da Prefeitura de Fortaleza.

O Vila do Mar está urbanizando e requalificando o Litoral Oeste de Fortaleza, abrangendo os bairros do Pirambu, Cristo Redentor e Barra do Ceará. O Projeto, aprovado no Orçamento Participativo (OP), teve início em 2009 com a construção de um espigão e a reforma de quatro espigões.

Em agosto de 2010, começaram as obras de urbanização dos 5,5 km do Litoral Oeste de Fortaleza, tendo sido completado até agora três quilômetros com avenida em paralelepípedo, calçadão em pedra cariri, praça de convivência, quadra esportiva, mirante, iluminação pública e espigões. O primeiro trecho da obra está em fase avançada de conclusão e já foi dado início às obras do segundo trecho. Até o final deste ano, a Prefeitura entregará o litoral oeste urbanizado e requalificado.

O Vila do Mar contempla também centro de artes e ofícios, anfiteatro e memorial, novas barracas de praia, banheiros públicos, saneamento ambiental, proteção de encostas, engorda de praias, construção e reforma de espigão e erradicação de seis áreas de risco, além de beneficiar a população com políticas habitacionais.

São 1434 novas unidades residenciais, 1650 melhorias habitacionais e 7010 regularizações fundiárias. A Prefeitura de Fortaleza já entregou o primeiro conjunto, em outubro de 2011, para 264 famílias. O Projeto dispõe ainda de ações complementares de inclusão social, geração de renda e resgate e fortalecimento da cultura local.


Com informações do DN e do site da Prefeitura de Fortaleza

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Presidenta Dilma visita o Ceará

Dilma anuncia R$ 2 bi em investimentos no Metrô de Fortaleza

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (27) investimentos no valor de R$ 2 bilhões na ampliação do Metrô de Fortaleza. Em cerimônia na Estação Virgílio Távora, em Maracanaú, ela afirmou que a ampliação do metrô vai provocar uma “revolução” no transporte de massa. Segundo a presidenta Dilma, outras cidades, como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Salvador, também estão recebendo recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ampliar e melhorar a mobilidade urbana, deixando para trás o tempo em que não se investia em metrô no Brasil.

“Enquanto todos os países ricos tinham metrô, o Brasil não tinha metrô. Uma parte das lideranças desse país considerou que ter metrô é luxo e nós sabemos que não é assim. Uma região metropolitana que cresce precisa ter transporte de massa de qualidade, rápido, seguro e confortável”, disse, após o deslocamento de trem entre as estações Raquel de Queiroz e Virgílio Távora.

A viagem da presidenta Dilma no Metrô de Fortaleza foi feita em um vagão fabricado na cidade de Barbalha, no Ceará, o que, segundo ela, demonstra a importância de o Brasil avançar na logística do metrô. Por isso, acrescentou, o governo federal vai investir R$ 1 bilhão em recursos do Orçamento da União na ampliação do Metrô de Fortaleza e outros R$ 1 bilhão serão financiados.

Publicado no Blog do Planalto

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dilma no Ceará

Presidenta Dilma vem acompanhar obras ferroviárias

Conheça o novo Blog da Dilma



Na próxima segunda-feira (27), a presidenta Dilma Rousseff virá a Fortaleza para acompanhar as obras ferrioviárias previstas para Capital, como o VLT Parangaba Mucuripe, as ações de conclusão da Linha Sul e a destinação de recursos para a Linha Leste do Metrô de Fortaleza.

Saiba mais na matéria do DN


Programação da Presidenta Dilma no Ceará:

10h30min: A Presidenta embarca na estação Raquel de Queiroz, em Maracanaú

10h40min: Presidenta desembarca na estação Virgílio Távora, ainda em Maracanaú

11h: Cerimônia oficial na estação Virgílio Távora, em que Dilma deve anunciar investimentos para o Metrofor

14h30min: Dilma visita obras de uma estação de tratamento em Caucaia

16h: Visita ao Mirante Rosa dos Ventos, na comunidade Coqueirinho, em Fortaleza

16h20min: Dilma visita conjunto habitacional Vila do Mar, na avenida Francisco Sá, em Fortaleza

Publicada no jornal O Povo

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ciclo de Debates: Setorial de Educação do PT/CE

Debatendo a Política Pública de Educação do Ceará. Clique na imagem e confira:




Sempre às 19h, no auditório do IFCE (Escola Técnica) Av. 13 de maio, 2081, Benfica.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Muito além da semântica

Por Valter Pomar*


A concessão dos aeroportos gerou um debate entre os tucanos, que comemoram a suposta adesão do PT às privatizações, versus alguns petistas, que negam qualquer semelhança entre “conceder” e “privatizar”.

Neste debate, alguns não estão falando toda a verdade.

Concessão é uma modalidade de privatização. Privatizar não é apenas vender o patrimônio; pode ser também conceder seu uso por determinado tempo, sob determinadas condições. Negar isto é um revelador “ato falho”, típico de quem no fundo sabe que está fazendo algo problemático.

Por outro lado, os tucanos sabem muito bem a diferença entre as privatizações que eles fizeram versus o que foi feito em governos petistas, ontem e hoje. No caso em tela, há pelo menos três diferenças.

Primeiro, embora a concessão seja uma modalidade de privatização, trata-se de uma modalidade distinta da transferência de patrimônio, especialmente quando feita em troca de nada, como os tucanos fizeram com a Vale do Rio Doce.

Segundo, os tucanos fizeram privataria, uma “etapa superior da privatização”, na qual os envolvidos tornaram-se muito ricos…

Terceira e decisiva diferença: para o PSDB, as privatizações constituem parte essencial de uma estratégia neoliberal de desenvolvimento e de um modelo de sociedade dominada pelos “mercados”.

Nestes dois terrenos (papel do Estado e do capital privado na estratégia geral de desenvolvimento e no modelo de sociedade), o PT e PSDB estavam e estão em posições opostas.

Apesar de governos encabeçados por petistas, tanto agora quanto em momentos anteriores, terem patrocinado terceirizações, concessões e até mesmo venda de patrimônio público, um exame honesto do conjunto da obra mostra que existem diferenças de fundo entre PT e PSDB.

Os tucanos conferem ao capital privado papel decisivo. Já o PT defende que o Estado tenha papel central, tanto na estratégia de desenvolvimento quanto no modelo de sociedade.

Estas e outras diferenças entre PT e PSDB seguirão existindo, ao menos enquanto um dos partidos não mudar de classe social.

Se isto que falamos até agora for verdadeiro, o debate no interior do PT sobre a concessão dos aeroportos deveria tratar dos aspectos estratégicos e táticos da questão.

Do ponto de vista tático, a concessão foi economicamente desnecessária e politicamente incorreta.

Economicamente desnecessária, porque o Estado dispunha e dispõe dos meios gerenciais e financeiros para realizar a modernização, ampliação e administração dos aeroportos. E para atrair o capital privado, havia alternativas melhores do que a concessão.

Politicamente incorreta, porque a concessão facilitou o ataque da mídia e da oposição, que busca sair das cordas e nos arrastar para a vala comum das privatarias, acusando ao PT e ao governo de estelionato, incoerência etc.

Do ponto de vista estratégico, a opção pela concessão confirma que estamos diante de um dilema.

Como dissemos antes, nem o PT, nem o governo Dilma são partidários de uma estratégia privatizante. Mas…

Mas como não conseguirmos fazer uma reforma tributária; como as taxas de juros continuam altas; como estamos demorando a adotar medidas macroeconômicas que nos protejam do agravamento da crise; logo…

Logo será cada vez maior a carência de recursos para o país continuar crescendo com ampliação das políticas sociais. E frente a um cobertor curto, será cada vez maior a tentação oferecida por falsas alternativas, tão ao gosto dos tucanos, como privatizações de variadas modalidades, reformas conservadoras da previdência, orçamentos insuficientes para as políticas sociais etc.

O dilema consiste nisto: ou percebemos que para uma nova situação é necessária uma nova estratégia, e conseguimos a força necessária para fazer mudanças de fundo, ou seremos empurrados para aquelas situações aparentemente sem saída, nas quais somos levados a escolher o mal menor.

Aparentemente menor…


*Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT


Artigo publicado no site do PT Nacional

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PT 32 anos

Venha comemorar o aniversário de 32 anos do Partido dos Trabalhadores

Ato-show com TRANSACIONAIS, neste sábado (11), na sede do PT Ceará
(Av. Universidade, 2189 - Benfica)



PT Ceará

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Resoluções do Congresso da AE (2a. Etapa)

Conjuntura e Tática em 2012 e
Plano de Trabalho 2012-2014
A Articulação de Esquerda promoveu seu 1° Congresso Nacional em duas etapas: a primeira, realizada em julho de 2011, aprovou um conjunto de resoluções publicadas em três cadernos: “Nossos desafios”, “Conjuntura, tática e estratégia” e “AE: História e funcionamento” que podem ser baixados integralmente no site Página 13 ou clicando-se nas imagens da coluna do lado direito.

A segunda etapa do Congresso aconteceu agora no início de fevereiro, incluindo três conferências (sindical, juventude, mulheres) e sete plenárias (educação, saúde, popular-urbano, agrária-agrícola, combate ao racismo, LGBT, governos & parlamentos), cujas Resoluções, aprovadas na plenária final do Congresso, encontram-se aqui.

Além disso, a plenária final do Congresso da AE também aprovou o documento abaixo, que trata da Conjuntura e da Tática em 2012 e do Plano de Trabalho 2012-2014.


Conjuntura e tática em 2012

O mundo está imerso em uma crise profunda e duradoura, de graves consequências.

Trata-se de uma crise do capitalismo neoliberal, acentuada pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos e pela tendência ao deslocamento do centro geopolítico mundial.

Frente a esta situação, os governos dos Estados Unidos, da Europa e do Japão insistem em soluções neoliberais e acentuam seu comportamento imperialista e militarista, especialmente sobre as regiões produtoras de matérias-primas.

A política monetária expansionista dos Estados Unidos e o ajuste fiscal ortodoxo na Europa buscam, através de caminhos distintos, o mesmo objetivo: proteger o grande capital, fazendo as camadas populares e as periferias do mundo pagarem o custo da crise.

Na Europa, está em curso a destruição do que sobrou do Welfare State. Ao mesmo tempo, crescem as ameaças contra as liberdades democráticas e a soberania dos países mais fracos. Hungria e Grécia são dois exemplos disto.

Parte importante da esquerda social-democrata européia é cúmplice ativa das políticas de “austeridade” e de “imperialismo humanitário” (pretexto utilizado nos casos da Líbia, Síria e Irã).

É preciso perceber que esta cumplicidade contribui para e também se alimenta de uma variável mais profunda, a saber: a reação conservadora de amplos setores da população européia, vinculada ao deslocamento do centro geopolítico mundial em favor das periferias.

Nos países centrais, também há outra esquerda que, embora minoritária, busca ser consequente na defesa da democracia, do bem-estar social e do socialismo; investe na retomada da mobilização social; e conduz uma crítica ideológica ao neoliberalismo e ao capitalismo.

Mas esta esquerda é minoritária e na maioria dos casos ainda não conseguiu construir uma estratégia que lhe permita ser futuramente hegemônica.

A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclusive os chamados BRICS. A depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados Unidos e que responde por parte importante do dinamismo da economia mundial, a crise pode atingir um patamar ainda mais grave.

Além dos efeitos econômico-sociais, a crise é uma das causas da crescente instabilidade política e conflitos militares. A guerra em larga escala passou a ser uma variável considerada em todas as análises, mesmo por aqueles que ironizavam como “superados” os vínculos entre imperialismo e conflitos militares.

O cenário latino-americano e caribenho (ALC) é relativamente distinto do cenário internacional.

Relativamente, porque nas regiões mais afetadas pelos Estados Unidos há maiores dificuldades, não apenas econômico-sociais, mas também políticas e militares, seja sob a forma de guerra civil (Colômbia), seja sob a forma de crime organizado em larga escala (México, Guatemala, El Salvador, Porto Rico, entre outros).

Distinto, porque importantes governos da região ALC estão tentando implementar políticas de desenvolvimento centradas na ação do Estado, nos mercados internos e na integração regional, combinadas com políticas de ampliação da qualidade de vida e da democracia.

Ou seja: estão tentando implementar políticas de desenvolvimento capitalista de orientação keynesiana e inspiração social-democrata. Em menor número de casos, tentam articular isto com uma orientação estratégica socialista. Mas é importante perceber que alguns são governos de países fortemente dependentes do comércio internacional, com baixo desenvolvimento industrial e com uma enorme demanda social reprimida.

No caso do Brasil, a política adotada no segundo mandato de Lula permitiu resistir aos efeitos da crise internacional iniciada em 2007. A resistência à crise continua durante o governo Dilma, mas sob dificuldades crescentes, o que se traduz numa redução da velocidade das mudanças: a economia cresce, mas cresce menos; o emprego cresce, mas cresce menos; a desigualdade cai, mas cai menos.

Em parte isto ocorreu devido a algumas decisões “ortodoxas” adotadas no início do governo Dilma, especialmente pelo Banco Central. Mas a causa de fundo já foi apontada por nós, ainda durante a campanha de 2010: para dar continuidade e aprofundar as mudanças, é preciso mais recursos orçamentários e mais força política. Esta depende de reforma política e democratização da comunicação. Aquela depende de reforma tributária e redução na taxa de juros.

Para continuar enfrentando a crise, e para continuar mudando o país, será necessário acelerar e muito a queda dos juros; combinando isto com medidas mais intensas de proteção da economia regional e nacional, entre as quais o controle do câmbio.

Para que isso ocorra, entretanto, é preciso derrotar a resistência dos neoliberais e dos social-liberais, que hegemonizaram parte do governo Lula e seguem presentes no governo Dilma; além de terem o controle de importantes parcelas do parlamento, do judiciário, de governos estaduais e municipais, dos meios de comunicação e, por suposto, das grandes empresas.

Conforme dissemos no final da campanha Dilma, o neoliberalismo continuava presente e ainda precisamos derrotá-lo, nas suas diversas expressões, inclusive econômicas: o capital financeiro, os grupos econômicos resultantes da privataria, as transnacionais.

Cinco grandes correntes programáticas disputam os rumos do Brasil: o neoliberalismo, o social-liberalismo, o nacional-desenvolvimentismo, o social-desenvolvimentismo, o desenvolvimentismo democrático-popular.

Os setores hegemônicos da esquerda brasileira consideram e/ou operam na prática para que a alternativa ao neoliberalismo e ao social-liberalismo sejam o nacional-desenvolvimentismo ou o social-desenvolvimentismo.

Evidente que o neoliberalismo é o inimigo principal e o social-liberalismo é seu cavalo de Tróia.

Mas o nacional-desenvolvimentismo é uma alternativa que tende a desembocar no desenvolvimentismo conservador, que o Brasil experimentou ao longo do século XX.

Os social-desenvolvimentistas, por sua vez, defendem que as políticas de investimento público, especialmente na industrialização, precisam ser combinadas com a ampliação das políticas sociais e da democracia. Argumentam que um “crescimento virtuoso” exige ampliação do mercado de massa e, portanto, políticas sociais fortes.

Nós, da esquerda socialista petista, reconhecemos o imenso valor das políticas sociais. Mas consideramos que não é possível ter este horizonte como limite estratégico, por um motivo muito simples: como já demonstraram 8 anos de governo Lula e 1 ano de governo Dilma, o espaço para políticas sociais de tipo social-democrata é limitado pela natureza do capitalismo brasileiro, monopolista/conservador internamente e dependente/tardio externamente.

Noutras palavras: nas condições do capitalismo brasileiro, a distribuição de renda proporcionada pelas políticas sociais é rapidamente seqüestrada pelo grande capital; por outro lado, o capitalismo brasileiro não dispõe das colônias que ajudavam a financiar parte do “Estado de bem-estar social” nas metrópoles.

Portanto, o social-desenvolvimentismo não apenas é insuficiente; ele é “insustentável” no médio prazo. Por isto a esquerda socialista petista defende o que chamamos de “desenvolvimentismo democrático-popular”, vertebrado por reformas estruturais, a começar pelas reformas tributária, política, da comunicação, agrária, urbana e do Estado.

Reiteramos que não se trata apenas de nossa “vontade”. O fato é que, se não fizermos reformas estruturais, as políticas nacional-desenvolvimentistas e social-desenvolvimentistas terão fôlego curto e terminarão sufocadas pelos componentes estruturais do capitalismo brasileiro.

Evidentemente, o desenvolvimentismo democrático-popular responde às necessidades de uma estratégia socialista que, para além das reformas estruturais, pretende colocar as grandes empresas sob controle social.

Independente dos dilemas estratégicos citados e de suas variadas dificuldades, o governo Dilma exibe impressionante popularidade, seja devido à herança recebida do governo Lula, seja devido à leitura política que parcela majoritária da população faz das ações da presidenta e de nosso governo.

Compartilhamos da satisfação causada por isto. Mas consideramos um erro deitar sobre estes louros, pois tal popularidade não garante que o PT siga vitorioso nos processos eleitorais; e muito menos garante o principal, ou seja, que façamos mudanças de fundo no Brasil.

É importante perceber, em primeiro lugar, que parte da popularidade exibida pelo governo Dilma vem de setores que seguem oposicionistas. A verdade é que setores reacionários, que não conseguiam elogiar um presidente de origem tipicamente proletária, sentem-se mais confortáveis aceitando uma presidente com formação universitária. O que não quer dizer que votarão nas candidaturas do governo, muito menos nas candidaturas do PT.

Em segundo lugar, é importante lembrar que o governo é de coalizão, com a presença de aliados conservadores, que se opõem às reformas estruturais. Parte da chamada base aliada (especialmente o PMDB e o PSB) vem operando abertamente contra o PT, com conseqüências que ficarão mais claras após a eleição municipal de 2012.

É importante, ainda, levar em conta que a oposição não está adormecida.

Como em 2005, o discurso anti-petista tem no tema da corrupção um de seus componentes chave. Devido a esta repetição temática, alguns setores do PT parecem achar que o risco é baixo. Pensamos exatamente o contrário: estamos assistindo ao mesmo filme, em ritmo mais lento; e a conjugação do discurso anti-corrupção com uma piora do quadro econômico, num quadro de relativa despolitização, pode produzir uma derrota. Neste sentido, a queda sucessiva de ministros sob acusações de corrupção é um sinal preocupante.

Outro componente forte no discurso anti-petista é o da “ordem”. Os episódios de Pinheirinho, da Cracolândia e da USP, todos de responsabilidade do governo tucano de São Paulo, mostram um recrudescimento na criminalização dos movimentos sociais, construindo a imagem da “mão dura”, implacável com os de baixo, com os pobres, com os jovens, com os mais fracos.

O discurso da “mão dura” vincula-se diretamente ao debate sobre a Comissão da Verdade e, esta, com a resistência à democratização das forças armadas. Tanto o governo Lula quanto o governo Dilma adotaram uma postura defensiva frente aos militares, não apenas no tema dos direitos humanos, mas também em outras questões (controle do transporte aéreo, Haiti, espionagem contra movimentos sociais etc.). O efeito não é apaziguar a direita militar; ao contrário, esta se encoraja; simultaneamente se fortalece na sociedade uma visão conservadora.

Que ninguém se engane: segue ligada, desde a campanha presidencial de Serra em 2010, a chocadeira de ovos de serpente. Trata-se de uma das materializações práticas da orientação proposta por FHC, a saber, que o PSDB e a oposição devem disputar com o PT a “nova classe média” surgida das políticas dos governos Lula e Dilma.

Disputa facilitada pelo fato, apontado por nós diversas vezes, de que a ascensão social não está sendo devidamente acompanhada da consciência política e cultural. Paradoxalmente, a insistência com que a presidenta Dilma e outros setores do Partido falam em construir um “país de classe média” acaba indiretamente colaborando para a estratégia tucana.

Explica-se: as camadas que ampliaram seu padrão de consumo são integrantes da classe trabalhadora. E deveriam ser disputadas ideologicamente neste sentido: ganhá-las para uma visão de mundo, formas de organização e luta da classe trabalhadora.

Ao falar que são “classes médias”, estimula-se indiretamente o contrário: comportamentos e práticas individualistas, conservadoras, reacionárias, típicas da “ideologia da prosperidade” e de programas como o BBB.

Também devemos atentar para o que tem ocorrido em setores da juventude. Em 2010, a maioria da juventude não votou em Dilma, nem no PT. Em 2011 a direita ganhou eleições em três entidades universitárias importantes: DCE da UnB, DCE da UFMG e CA do Largo São Francisco.

A verdade é que há muita confusão na juventude, acerca do PT e de nossos governos. Em parte por não terem enfrentado diretamente os governos neoliberais, em parte por só conhecerem os nossos governos, em parte porque o PT e a esquerda perderam parte de sua capacidade de diálogo, setores da juventude estão mais suscetíveis ao discurso da direita, em suas formas mais duras ou disfarçadas, como vimos nas eleições de 2010.

Visto de conjunto, a direita está implementando uma ofensiva ideológica coordenada, que vai da saúde da mulher até a criminalização dos movimentos sociais. Esta ofensiva alimenta a violência crescente contra os trabalhadores rurais, contra militantes de esquerda etc.

Ao mesmo tempo, no Senado e na Câmara dos Deputados a direita tem obtido diversas vitórias, seja aprovando o que deseja, como ocorreu em grande medida no Código Florestal; seja criando dificuldades para o governo, como no caso do debate acerca do Pré-Sal.

Na situação atual, a ofensiva da direita pode não resultar em vitórias eleitorais; mas num contexto de piora das condições econômicas e sociais, pode gerar uma situação similar a vivida por nós em 2004-2005. Mais um motivo para acelerar as mudanças na política econômica e para termos mais iniciativa e vigor na disputa político-ideológica.

Portanto, não compartilhamos o discurso segundo o qual a oposição não tem discurso e está acuada; o que vemos é a direita rearticulando-se, em torno de um programa e, também, em torno da candidatura de Aécio Neves.

Tendo em vista todos estes elementos, consideramos necessário que o PT recupere sua condição de centro político, do governo, da ação parlamentar, da mobilização social e da disputa ideológica.

E que adote uma atitude ofensiva, em defesa de um programa mais amplo de transformações para o Brasil; articulando isto com a adoção de medidas urgentes em defesa da economia nacional contra a crise.

É preciso utilizar os encontros setoriais do Partido, as mobilizações sociais e as campanhas eleitorais de 2012 para popularizar nossa visão acerca da conjuntura, em particular as diferentes formas de enfrentar a crise capitalista; e para ganhar adeptos para as reformas, como a política, tributária e da comunicação.

É preciso, ainda, mostrar ao Partido que nossas dificuldades revelam as insuficiências da estratégia majoritária. É preciso construir uma estratégia que permita implementar reformas estruturais no país.

O Congresso da AE aprovou, neste sentido, resoluções específicas sobre os encontros setoriais petistas; sobre a mobilização social; sobre as eleições 2012; sobre a ação dos governos; sobre a questão ambiental e a Rio + 20.

Plano de trabalho 2012-2014

A evolução da conjuntura internacional e nacional, assim como os dilemas do governo e do Partido confirmaram no essencial as opiniões políticas que a AE elaborou em nosso recente Congresso e ao longo dos últimos anos, consolidadas nos livros Socialismo ou Barbárie, Novos rumos para o governo Lula e Resoluções da Décima Conferência da Articulação de Esquerda, assim como nas resoluções adotadas até agora pelo nosso Congresso.

Reiteramos, portanto, nossa visão sobre as grandes disputas estratégicas do atual momento histórico, no âmbito internacional, no Brasil e no PT.

No mundo, a disputa entre dois blocos capitalistas, cabendo às esquerdas recolocar o socialismo como alternativa.

No Brasil, a disputa entre neoliberalismo, social-liberalismo, nacional-desenvolvimentismo e social-desenvolvimentismo, cabendo às esquerdas viabilizar o desenvolvimentismo democrático-popular, articulado com o socialismo.

No PT, uma disputa cada vez mais pragmática pelo controle de “cotas de poder”, acompanhada de um debate de baixa intensidade entre correntes ideológicas que vão do social-liberalismo até diferentes variantes da social-democracia, cenário no qual cabe à esquerda lutar por preservar o Partido enquanto tal e reorganizar no seu interior um forte setor socialista.

O desenlace de cada uma destas três grandes disputas (no mundo, no Brasil e no PT) pode ocorrer em dois tempos distintos: ou num tempo rápido, ou num tempo curto. Temos que estar preparados para os dois cenários, dos quais decorrem estratégias diferentes.

Para tal, precisamos atualizar nosso conhecimento sobre o capitalismo do século XXI, sobre as tentativas de construção do socialismo no século XX e sobre as estratégias de luta pelo socialismo no Brasil.

Acerca do Brasil, precisamos conhecer a atual estrutura de classes, profundamente alterada desde o período neoliberal; assim como precisamos conhecer melhor a situação da classe trabalhadora, suas organizações sociais, os partidos políticos, sua a intelectualidade.

E entender em que medida as tendências internas do PT refletem as diferentes frações de classe e as diferentes tendências políticas existentes na classe trabalhadora. Assim como determinar de maneira menos impressionista em que medida setores do Partido estão convertendo-se em porta-vozes internos de setores empresariais.

Além de melhorar nossa compreensão acerca do processo, precisamos saber transformar inteligência em força.

Por razões que já foram debatidas entre nós e detalhadas em diversas resoluções, desde um patamar inicial de 30% (1993), caímos para um patamar de 10% (2005) de presença no DN do PT e seguimos caindo…

O objetivo central de nosso plano de trabalho deve ser reverter esta situação: deter a queda e voltar a crescer.

Mas é preciso deixar claro: crescer em torno de nossa política e de nossos métodos. Sendo essencial, neste sentido, que a tendência seja capaz de auto-financiar sua atividade política.

A dependência em relação a contribuições externas, empresariais ou de aparatos políticos, gera mais cedo ou mais tarde deformações programáticas e políticas que –como já vimos na história recente— são capazes de converter uma tendência de esquerda num lobby, a serviço de interesses pessoais, de grupo ou mesmo para-empresariais.

Isto posto, nossas metas para 2012-2014 são:

a) participar da campanha de filiações do PT, trazendo para o Partido nossa base social e eleitoral, dando a esta base mecanismos que permitam uma atuação orgânica e politizada;

b) contribuir com os encontros setoriais do Partido, ampliando a presença de nossos militantes nas secretarias e setoriais;

c) ampliar nossa bancada no Congresso da CUT em 2012;

d) eleger maior número de prefeitos e vereadores em 2012;

e) eleger 8 membros no DN e 2 membros na CEN em 2013;

f) ampliar nossa bancada no Congresso da UNE em 2013;

g) ampliar nossa bancada no Congresso da Ubes em 2013;

h) ampliar o número de parlamentares em 2014;

i) ampliar a circulação do Página 13 e das publicações da Editora P13.

j) consolidar e capilarizar nosso processo de formação politica, avançando na construção da Escola de Quadros da AE.

Estas metas poderão ser alcançadas se, além de conjuntura favorável e de um pouco de sorte, conseguirmos adequada combinação entre política geral e política organizativa.

PED 2013

No que toca ao PED 2013, é importante lembrar que somos uma tendência petista, que tem como principal objetivo interno tornar hegemônica no PT a estratégia democrático-popular e socialista.

Nossa capacidade de atingir este objetivo depende de que tenhamos mais força dentro do PT. E força significa, mais que tamanho numérico, capacidade de incidência política.

Precisamos nos fortalecer nas eleições 2012 e 2014, na disputa do PED 2013, nos governos petistas, nos movimentos sociais, assim como na luta ideológica e cultural.

Nosso principal objetivo nos setoriais 2012 e no PED 2013 é ampliar a votação da Articulação de Esquerda em particular e da esquerda petista em geral.

Para atingir este objetivo, o Congresso da AE avaliou três preliminares.

1) se vamos adotar uma política nacional, a partir da qual organizaremos centralizada e verticalmente as disputas estaduais, municipais e inclusive as setoriais de 2012. Ou se adotaremos uma orientação geral, cabendo a cada estado/cidade/setor adotar a política que julga mais adequada para atingir este objetivo.
2) qual será nossa orientação programática e, por decorrência, qual será o nosso arco de alianças potenciais. Existindo basicamente duas alternativas: ou fazemos uma disputa estratégica e programática, tendo como aliados os diferentes setores da esquerda petista; ou fazemos uma disputa sobre temas de natureza tática, buscando aliados para além da esquerda petista.
3) como vamos lidar com nossos aliados históricos. Há basicamente duas alternativas: ou tomamos a decisão preliminar de que teremos chapa e candidatura nacional, vindo conosco quem aceitar de antemão isto; ou se propomos aos aliados um método e um calendário de debate, com o propósito de construir uma chapa e uma candidatura unificadas, que pode ou não ser encabeçada pela AE.

O Congresso da AE optou por uma política nacional centralizada, em defesa do programa e da estratégia democrático-popular & socialista; apresentando uma chapa com nossos aliados de esquerda.

Proporemos a estes aliados a realização, no final de 2012, de um grande Encontro Nacional, aberto ao conjunto das forças sociais e políticas comprometidas com o projeto democrático-popular & socialista, para debater nossa política para o biênio em 2013-2014.

Esperamos construir, com estes aliados, chapas e candidaturas para disputar o PED 2013 em todos os níveis. Mas, sabendo das dificuldades inerentes a este tipo de processo unitário, a AE vai se preparar para a eventualidade de termos que disputar com chapa e candidatura própria em todos os níveis, a começar pelos encontros setoriais de 2012.

Neste cenário, nosso objetivo é atingir 10% dos votantes, elegendo 8 (oito) membros no DN e 2 (dois) na CEN.

Para isto, assim como para dar conseqüência às decisões adotadas nas conferências sindical, de juventude, de mulheres, e as plenárias de educação, saúde, popular-urbano, agrária-agrícola, combate ao racismo, LGBT, de quadros de governo & parlamentares, bem como as decisões sobre os setoriais, realizaremos entre março e junho de 2012 uma visita aos 27 estados do país, realizando em cada capital pelo menos um debate aberto a todo o Partido e pelo menos uma reunião com cada direção estadual, onde será discutida a política de construção da tendência nos principais municípios e movimentos sociais do respectivo estado.

Em relação ao Página 13, nossas metas são: chegar em dezembro de 2012 com 3 mil assinantes e ampliar a audiência da Página eletrônica.

Realizaremos a Nona jornada nacional de formação em julho de 2012 e a Décima jornada nacional em janeiro de 2013.

Este esforço integra o objetivo de construir uma escola de pensamento socialista no Brasil, entendo por escola uma corrente de pensamento baseada num forte movimento político-social, capaz de recolocar a alternativa socialista como uma alternativa prática para a sociedade brasileira.

Brasília, 5 de fevereiro de 2012
Congresso da Articulação de Esquerda

Moção de Solidariedade ao Deputado Estadual Rogério Correia PT-MG

EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Dep. Rogério Correia (PT-MG)
O PSDB dirige o governo de Minas Gerais a 9 anos e vem, neste longo período, numa escalada de ações que visam silenciar a oposição - calando a mídia e sufocando os movimentos sociais.

Após a tentativa de jogar a população contra o movimento docente e sua vitoriosa greve de mais de 100 dias, em 2011, os tucanos elegeram sua nova vítima: o deputado estadual do PT Rogério Correia.

Rogério Correia vem se destacando como a principal voz de oposição, apontando os descalabros do governo tucano, bem como denunciando Aécio Neves - o queridinho da mídia - por fortes indícios de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio.

Os tucanos estão sentindo a repercussão das acusações levantadas pelo Deputado e, por isso, protocolaram representação na Comissão de Ética da Assembleia Legislativa pedindo a sua punição, com base na denúncia feita sobre a chamada “Lista de Furnas”.

A Articulação de Esquerda – tendência interna do Partido dos Trabalhadores – reunida em seu I Congresso, vem se somar às organizações do movimento social, trabalhadores e partidos políticos na defesa do mandato de Rogério Correia, e em sua luta para denunciar os ataques promovidos pelo governo tucano contra o povo mineiro.

Em defesa da liberdade de expressão! Não nos calarão!

Brasília, 05 de fevereiro de 2012
Plenária final do I Congresso da Articulação de Esquerda


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Nota da Ministra Iriny Lopes

"Em alguns dias deixo o comando da Secretaria de Políticas para Mulheres, ministério que dirigi com muito orgulho e dedicação ao longo de pouco mais de um ano. Assim, retorno para minhas atividades parlamentares na Câmara dos Deputados.

Nesta saída, que já era de conhecimento de todos em função de planos políticos, não posso deixar de agradecer à presidenta Dilma pela escolha do meu nome para ser a ministra das mulheres no histórico governo da primeira mulher a presidir a Nação. Também agradeço à nossa presidenta pela imensa confiança e pelo apoio que sempre me deu durante todo o tempo da minha gestão. Agradeço, de forma especial, à toda equipe da SPM, competente e dedicada, sem a qual não teria sido possível realizar os trabalhos que desenvolvemos nos últimos meses.

Registro, ainda, meu mais que fraternal abraço à companheira e futura ministra Eleonora Menicucci de Oliveira. A ela todo desejo de sucesso nas atividades em prol das mulheres brasileiras, que hoje já têm uma vida bem melhor do que no passado, mas que ainda têm muito o que conquistar.

E a todos vocês, que acompanharam meu trabalho, nos momentos tranqüilos e também nos polêmicos, meu mais do que obrigada. E lembro que continuamos juntos na luta pelos direitos: das mulheres,dos homens, de cada cidadão desse nosso país."


Leia a Nota da Presidenta Dilma sobre a mudança no comando da SPM.

A sucessão na Secretaria de Mulheres

Já estão saindo as Resoluções da segunda etapa do Congresso Nacional da Articulação de Esquerda. Confira a nota aprovada na plenária final sobre a sucessão na Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal:

Presidenta Dilma Roussef e a Secretária Iriny Lopes


1. O Partido dos Trabalhadores pretende alcançar um expressivo resultado nas eleições municipais de 2012, ampliando a difusão de nossas opiniões e de nossa votação global, assim como elegendo mais vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas, especialmente nas grandes cidades e capitais de estado.

2. A Articulação de Esquerda está sintonizada com estes objetivos, contribuindo para os debates programáticos, sobre a tática e política de alianças, assim como participando das campanhas e lançando candidaturas em centenas de municípios.

3. Entre as pré-candidaturas vinculadas a AE, há duas em capitais estaduais: a da professora e deputada estadual Ana Lúcia, pré-candidata a prefeita de Aracaju (Sergipe) e a da ministra e deputada federal licenciada Iriny Lopes, pré-candidata a prefeita de Vitória (Espírito Santo).

4. No caso de Aracaju, Ana Lúcia é a melhor opção que o PT dispõe para manter a esquerda na prefeitura de Aracaju e impedir a volta da direita encabeçada pelo ex-governador João Alves. Com uma trajetória de lutadora social, educadora, secretária de governo e parlamentar, Ana é visivelmente a candidatura petista de maior base popular na capital de Sergipe.

5. Evidentemente, as chances eleitorais da candidatura serão maiores, quanto maior for a unidade partidária. Por isto, trabalhamos para convencer o governador Marcelo Déda e o conjunto das tendências do Partido de que existem condições para um acordo programático e de governo que permita marcharmos unidos, para a campanha e para a eleição da primeira prefeita da história de Aracaju.

6. No caso de Vitória, Iriny Lopes é a candidata apontada pelas direções Municipal, Estadual e Nacional do Partido. Ministra, deputada federal licenciada, experiente dirigente partidária e lutadora social, Iriny Lopes é a alternativa construída pelo PT para manter o governo da capital capixaba. Por isto, de acordo com as diretrizes partidárias e em sintonia com o pensamento da presidenta Dilma, trabalhamos para que o encontro partidário aprove uma política de alianças encabeçada pelo Partido.

7. A legislação eleitoral obriga a desincompatibilização de Iriny até no máximo abril de 2012, cabendo à presidenta Dilma a decisão sobre a data de sua saída, assim como a decisão sobre quem assumirá a Secretaria de Políticas para as Mulheres.

8. Iriny Lopes foi convidada para o governo, em dezembro de 2010, pela presidenta eleita Dilma Roussef, tendo como interlocutores o então presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e a direção nacional da Articulação de Esquerda.

9. O convite da presidenta não foi uma surpresa: para além de suas características pessoais e de sua trajetória pública, Iriny foi candidata da Esquerda Socialista à presidência nacional do Partido no PED 2009 e representante da AE na Comissão Executiva Nacional do PT a partir de fevereiro de 2010.

10. O diálogo mantido entre a presidenta eleita, o presidente do Partido e a direção da tendência desembocou numa reunião na qual foram esclarecidas as dúvidas acerca das implicações do convite, especialmente sobre aquilo que a presidenta esperava da SPM em sua gestão. E, no dia 1 de janeiro, Iriny Lopes foi nomeada Ministra da SPM.

11. Desde então, a SPM implementou exitosamente as políticas do governo para a área, com destaque para as medidas que visam a autonomia econômica das mulheres, o combate à feminilização da pobreza e a violência contra a mulher. Medidas apoiadas pela Conferência da área, convocada pelo governo federal e realizada em dezembro de 2011.

12. Foram 13 meses de ações administrativas e de luta contra o preconceito e a discriminação, inclusive aqueles difundidos pela propaganda comercial e pela programação televisiva. Foram também 13 meses de muita articulação política com os demais ministérios para garantir a transversalidade das políticas para as mulheres, com os diferentes segmentos que fazem parte do movimento de mulheres do Brasil. Destacamos que neste período, a SPM foi um espaço da pluralidade e da diversidade, materializada inclusive na composição da equipe, para a qual contribuíram todos os setores do Partido dos Trabalhadores, sem que isto implicasse em sectarismo ou aparelhismo.

13. Não pretendemos, neste documento, fazer um balanço completo e detalhado da gestão Iriny Lopes, balanço para o qual esperamos poder contar com a opinião dos diferentes segmentos e posições políticas que colaboraram na gestão, entre as quais um pequeno e combativo núcleo de mulheres da Articulação de Esquerda.

14. Entretanto, mesmo sem este balanço completo e detalhado, podemos destacar que foi uma gestão exitosa e coerente com as diretrizes do governo, do movimento de mulheres e do Partido dos Trabalhadores. Portanto, uma gestão que corresponde ao que a Articulação de Esquerda queria e se demonstrou capaz de fazer.

15. Em decorrência deste balanço e cientes dos prazos legais de desincompatibilização, a Articulação de Esquerda fez chegar ao Partido dos Trabalhadores, na pessoa de seu presidente nacional Rui Falcão, nosso pleito de continuar à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

16. Naturalmente, ao apresentar este pleito, na primeira quinzena de dezembro de 2011, deixamos claro que só apresentaríamos nomes depois que a presidenta da República deixasse claro o método que ela adotaria para a sucessão.

17. Desde 1982 até hoje, os governos encabeçados por petistas já experimentaram os mais variados métodos para fazer nomeações e substituições. De nossa parte, achamos que o método mais adequado é aquele que ouve a opinião da base do governo, especialmente a opinião dos partidos e movimentos, buscando sua expressão no primeiro escalão do governo. E que adota, no tocante ao PT, o mesmo procedimento plural e inclusivo.

18. Nos preocupa menos o resultado final, pois sabemos que é difícil contemplar todas as reivindicações. Nos preocupa mais o processo.

19. Muito antes de conquistarmos a Presidência da República, o PT já apontava os problemas gravíssimos decorrentes da subordinação do Partido ao Estado, ocorrido com frequência naquelas experiências em que partidos de esquerda tomavam o poder ou que conquistavam o governo pelo caminho do voto.

20. Depois de 2003, diversas resoluções partidárias criticaram a transformação do governo em centro dirigente de fato do Partido, em detrimento das instâncias eleitas. E, ao longo de sua história, o Partido sempre manifestou a importância da consulta ao coletivo: ainda que a decisão final caiba ao mandatário eleito, ouvir, consultar, sondar, escutar todos os setores, é a escolha mais sábia.

21. Esperamos que esta preocupação com o processo seja levada em conta na sucessão da SPM. Neste caso, nosso desempenho à frente da SPM e o perfil das indicações que serão feitas pela AE, no momento indicado pela Presidenta, nos dão condições de pleitear nossa continuidade à frente da tarefa.

22. Evidentemente, sabemos que pode passar diferente. Embora não apreciemos a filosofia política implícita na frase, sabemos que na prática o cargo pertence ao detentor do mandato. Noutras palavras, a presidenta Dilma tem o poder para escolher e nomear.

23. Caso a escolha não recaia sobre uma mulher de nossa tendência, caso portanto a AE se veja excluída do primeiro escalão do governo, concentraremos nossas energias nas campanhas eleitorais de 2012, na mobilização social e na construção partidária. Até porque a história do PT e do movimento socialista já demonstrou diversas vezes que existe vida inteligente e enormes tarefas a serem cumpridas, tanto dentro, quanto também fora dos governos.


Brasília, 5 de fevereiro de 2012
Congresso da Articulação de Esquerda

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Começa o Congresso Nacional da AE

Ato de abertura oficial hoje, 3/2, às 19h, marca abertura do Congresso hoje em Brasília


Em julho de 2011, a primeira etapa do Congresso Nacional da Articulação de Esquerda (AE) aprovou resoluções publicadas em três cadernos: Nossos desafios, Conjuntura, tática e estratégia e AE: História e funcionamento.

Nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2012, a Articulação de Esquerda está realizando a segunda etapa do seu Congresso Nacional.

Todas as atividades do Congresso, Conferências e Plenárias são abertas à militância do PT e estão sendo divulgadas online.

Esta segunda etapa inclui três conferências (sindical, juventude, mulheres) e sete plenárias (educação, saúde, popular-urbano, agrária-agrícola, combate ao racismo, LGBT, governos & parlamentos).

As resoluções de cada uma destas conferências e plenárias serão aprovadas na Plenária final e incorporadas às resoluções da segunda etapa do Congresso.


A programação e os documentos em discussão no Congresso estão no Página 13.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ONU aponta crise de abastecimento

Aumento da população causará falta de comida e combustível, adverte ONU


O mundo está ficando sem tempo para garantir que haja alimentos, água e energia para atender a demanda de uma população em rápido crescimento e evitar que três bilhões de pessoas sejam levadas à pobreza, advertiu um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (30).

Enquanto a população mundial parece preparada para crescer dos sete bilhões de hoje para quase 9 bilhões até 2040 e o número de consumidores de classe média aumentar em 3 bilhões nos próximos 20 anos, a demanda por recursos crescerá exponencialmente.

Mesmo para 2030, o mundo precisará de ao menos 50 por cento a mais de alimentos, 45 por cento a mais de energia e 30 por cento a mais de água, de acordo com as estimativas da ONU, em uma época em que o ambiente em modificação cria novos limites ao abastecimento.

Se o mundo fracassar em lidar com esses problemas, o risco é condenar três bilhões de pessoas à pobreza, afirmou o relatório.

Os esforços rumo ao desenvolvimento sustentável não são nem fortes nem profundos o suficiente e, além disso, falta vontade política, disse um painel da ONU voltado à sustentabilidade global.

“O atual modelo de desenvolvimento global é insustentável. Para alcançar a sustentabilidade, é necessária uma transformação na economia global”, diz o relatório.

“Fazer remendos nas margens não será suficiente. A atual crise econômica global oferece uma oportunidade para reformas significativas.”

Embora o número de pessoas vivendo na pobreza absoluta tenha caído dos 46 por cento em 1990 para 27 por cento da população mundial e a economia global tenha crescido 75 por cento desde 1992, as mudanças no estilo de vida e nos hábitos do consumidor colocaram uma pressão crescente sobre os recursos naturais.

Há mais 20 milhões de pessoas desnutridas agora do que no ano 2000; 5,2 milhões de hectares de floresta são perdidos anualmente (uma área do tamanho da Costa Rica); 85 por cento de todos os estoques de pescaria estão super-explorados ou foram esgotados; e as emissões de dióxido de carbono subiram 38 por cento entre 1990 e 2009, o que aumenta o risco de elevação no nível das marés e de mais episódios de clima extremo.

O painel, que fez 56 recomendações para que o desenvolvimento sustentável seja incluído na política econômica o mais rápido possível, disse que é necessária uma “nova política econômica”.

“Vamos usar a próxima cúpula do Rio+20 para dar início a essa transição global rumo a um modelo de crescimento sustentável para o século 21 do qual o mundo precisa tanto”, disse Connie Hedegaard, a comissária da União Europeia para o clima, em resposta ao relatório, referindo-se a uma cúpula da ONU sobre desenvolvimento sustentável em junho no Brasil.

Ação

Entre as recomendações, o painel pede que os governos concordem com uma série de metas de desenvolvimento sustentável que complementariam as oito Metas de Desenvolvimento do Milênio até 2015 e criariam uma estrutura para ação depois de 2015.

Eles devem trabalhar com organizações internacionais para criar uma “revolução perene”, que ao menos duplique a produtividade ao mesmo tempo em que reduz o uso de recursos e evite mais perdas à biodiversidade, afirmou o relatório.

Os ecossistemas aquíferos e marinhos deverão ser administrados de maneira mais eficiente e deve haver acesso universal à energia sustentável até 2030.

Para tornar a economia mais sustentável, a precificação do carbono e dos recursos naturais deve ser estabelecida por meio de taxação, regulação ou esquemas de comercialização das emissões até 2020 e os subsídios ao combustível fóssil também devem acabar aos poucos até lá.

Os sistemas fiscais e de crédito dos países devem ser reformados para fornecer incentivos no longo prazo às práticas sustentáveis, assim como desincentivar as insustentáveis.

Os fundos de pensão públicos e de riqueza soberana, assim como os bancos de desenvolvimento e as agências de crédito para a exportação, devem adotar critérios de desenvolvimento sustentável a suas decisões de investimento, e as agências de controle do governo ou dos mercados de ações devem revisar as regulações para estimular o seu uso.

Os governos e cientistas também devem fortalecer a relação entre a política e a ciência ao examinar com regularidade a ciência por trás dos limites ambientais e a ONU deve considerar a possibilidade de nomear um conselheiro científico chefe ou um conselho para assessorar a organização, disse o relatório.

O documento está disponível no endereço http://www.un.org/gsp/.

(Reuters)


Publicado no Blog do Eliomar

A Cuba que Dilma visita

Por Emir Sader


Assim que Fidel e seus companheiros tomaram o poder e o governo dos EUA acentuou suas articulações para tratar de derrubar o novo poder, a grande burguesia cubana e uma parte da classe média alta foram se refugiar em Miami. Bastava esperar que mais um governo rebelde capitulasse diante das pressões norte-americanas ou fosse irremediavelmente derrubado. Afinal, nenhum governo latinoamericano rebelde tinha conseguido sobreviver. Poucos anos antes Getulio Vargas tinha se suicidado e Peron tinha abandonado o governo. Os dois governos da Guatemala que tinham ousado colocar em prática uma reforma agrária contra a United Fruis – hoje reciclada no nome para Chiquita -, sofreram um violento golpe militar.

Como um governo cubano rebelde, em plena guerra fria, a 110 quilômetros do império, conseguiria sobreviver? Cuba era o modelo do “pátio traseiro” dos EUA. Era ali que a burguesia cubana passava suas férias como se estivesse numa colônia sua. Era ali que os filmes de Hollywood encontravam os cenários para os seus melosos filmes sentimentais. Era ali que um aristocrata cubano tinha importado Esther Williams para inaugurar sua casa no centro de Havana, mergulhando numa piscina cheia de champanhe. Era em Cuba que os milionários norteamericanos desembarcavam com seus iates diretamente aos hotéis com cassinos ou às suas casas, sem sequer passar pelas alfândegas. Era ali que os marinheiros norteamericanos se embebedavam e ofendiam os cubanos de todas as formas possíveis. Era para Cuba que a Pan American inaugurou seus vôos internacionais. Era ali que as construtoras de carros norte-americanas testavam seus novos modelos, um ano antes de produzi-los nos EUA. Foi em Cuba que a máfia internacional fez seu congresso mundial no fim da segunda guerra, para repartir os seus mercados internacionais, evento para o qual contrataram o jovem cantor Frank Sinatra para animar suas festas. Em suma, Cuba era um protetorado norteamericano.

Os que abandonaram o país deixaram suas casas intactas, fecharam as portas, pegaram o dinheiro que ainda tinham guardado e foram esperar em Miami que o novo governo fosse derrubado e pudessem retomar normalmente sua vida num país de que se consideravam donos, associados aos gringos.

Há um bairro em Miami que se chama Little Havana, onde os nostálgicos ficam olhando para o sul, cada vez menos esperançosos de que possam retornar a uma ilha que já não podem reconhecer, pelas transformações radicais que sofreu. Participaram das tentativas de derrubada do regime, a mais conhecida delas a invasão na Baía dos Porcos, que durou 72 horas, mesmo se pilotada e protagonizada pelos EUA – presidido por John Kennedy naquele momento. Os EUA tiveram que mandar alimentos para crianças para conseguir recuperar os presos da invasão, numa troca humanitária.

Cuba mudou seu destino com a revolução, conseguiu ter os melhores índices sociais do continente, mesmo como país pequeno, pobre, ao lado dos EUA, que mantem o mais longo bloqueio da história – há mais de 50 anos -, tentando esmagar a Ilha.

Durante um tempo Cuba pode apoiar-se na integração ao planejamento conjunto dos países socialistas, dirigida pela URSS, que lhe propiciava petróleo e armamento, além de mercados para seus produtos de exportação. O fim da URSS e do campo socialista aparecia, para alguns, como o fim de Cuba. Depois da queda sucessiva dos países do leste europeu, a imprensa ocidental se deslocou para Cuba, instalou-se em Havana Livre, ficaram tomando mojitos e daiquiris, esperando para testemunhar a ansiada queda do regime cubano. (Entre eles estava Pedro Bial e a equipe da Globo.)

Passaram-se 23 anos e o regime cubano está de pé. Desde 1959, 10 presidentes já passaram pela Casa Branca e tiveram que conviver com a Revolução Cubana – de que todos eles previram o fim.

Cuba teve que se reciclar para sobreviver sem poder participar do planejamento coletivo dos países socialistas. Cuba teve que fazer um imenso esforço, sem cortar os direitos sociais do seu povo, sem fechar camas de hospitais, nem salas de aulas, ao invés da URSS de Gorbachev, que introduziu pacotes de ajuste e terminou acelerando o fim do regime soviético.

É essa Cuba que a Dilma vai encontrar. Em pleno processo de reciclagem de uma economia que necessita adaptar suas necessidades às condições do mundo contemporâneo. Em que Cuba intensificou seu comércio com a Venezuela, a Bolívia, o Equador – através da Alba -, assim como com a China, o Brasil, entre outros. Mas que necessita dar um novo salto econômico, para o que necessita de mais investimentos.

Necessita também aumentar sua produtividade, para o que requer incentivar o trabalho, de acordo com as formulações de Marx na Critica do Programa de Gotha, de que o principio do socialismo é o de que “a cada um conforme o seu trabalho”, afim de gerar as condições do comunismo, em que a fartura permitira atender “a cada um conforme suas necessidades”.

Cuba busca seus novos caminhos, sem renunciar a seu profundo compromisso com os direitos sociais para toda a população, a soberania nacional e a solidariedade internacional. Cuba segue desenvolvendo suas políticas solidárias, que permitiram o fim do analfabetismo na Venezuela e na Bolívia e o avanço decisivo nessa direção em países como o Equador e a Nicarágua.

Cuba mantem sempre, há mais de dez anos, a Escola Latinoamericana de Medicina, que já formou na melhor medicina social do mundo, de forma gratuita, a milhares de jovens originários de comunidades carentes todo o continente – incluídos os EUA. Cuba promove a Operação Milagre, que ja’ permitiu que mais de 3 mil latino-americanos pudessem recuperar plenamente sua visão.

Cuba é um sociedade humanista, que privilegia o atendimento das necessidades dos seus cidadãos e dos de todos os outros países necessitados do mundo. Que busca combinar os mecanismos de planejamento centralizado com incentivos a iniciativas individuais e a atração de investimentos, na busca de um novo modelo de crescimento, que preserve os direitos adquiridos pela Revolução e permite um novo ciclo de expansão econômica.

Aqueles que se preocupam com o sistema politico interno de Cuba, tem que olhar não para Havana, mas para Washington. Ninguém pode pedir a Cuba relaxar seus mecanismos de segurança interna, sendo vítima do bloqueio e das agressões da mais violenta potência imperial da história da humanidade. A pressão tem que se voltar e se concentrar sobre o governo dos EUA, para o fim do bloqueio, a retirada da base naval de Guantanamo do território cubano e a normalização da relação entre os dois países.

É essa Cuba que a Dilma vai se encontrar, intensificando e ampliando os laços de amizade e os intercâmbios econômicos com Cuba. Não por acaso o Brasil só restabeleceu relações com Cuba depois que a ditadura terminou, intensificando essas relações no governo Lula e dando continuidade a essa política com o governo Dilma.


Emir Sader é sociólogo, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP - Universidade de São Paulo

Publicado na Carta Maior